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Nas crianças com idades compreendidas entre os 3 meses e os 2 anos de idade, o stress emocional pode ser muito preocupante para os pais, especialmente para as mães. Os pais ficam inseguros e com receios em relação à forma como devem cuidar das suas crianças, bem como dúvidas em relação à alimentação que devem seguir e de um modo geral, quais as medidas a tomar nestas situações.
Além disso, nas crianças com esta idade a privação do sono é outro fator muito importante. As crianças são diretamente afetadas pelos sintomas desencadeados pelas crises de dermatite atópica levando a: prurido intenso (este é um sintoma complicado em bebés, uma vez que eles não têm o reflexo de coçar nem conseguem comunicar o que os incomoda), sensação de queimadura, aumento da sensibilidade e dificuldade em dormir. Assim, as crianças ficam agitadas, com irritabilidade, levando ao aumento do stress emocional para os membros familiares, e muitas vezes à depressão nos pais (mais comum do que nas próprias crianças afetadas).
Nas crianças com idades entre os 4 e os 10 anos, bem como, nos adolescentes, além do desconforto físico, podem surgir questões do foro social e psicológico. Frequentemente pode provocar baixa auto-estima, desenvolvimento do complexo de inferioridade, dificuldade na gestão de stress, diminuição do contacto pessoal com a sociedade, dificuldade no controlo das emoções ou aparecimento de fobias sociais. Além disso, podem surgir preocupações devido ao aspeto que as lesões apresentam e que são visíveis para os outros – muitas pessoas pensam que as lesões podem ser contagiosas. Todos estes factos revelam que a depressão poderá surgir nestas idades.
Não podemos deixar de referir que uma das causas da dermatite atópica é a diminuição das defesas imunitárias, independentemente da idade. Assim, por um lado o stress emocional diminui as defesas imunitárias, por outro os níveis altos de ansiedade provocam uma diminuição da capacidade da pele em regenerar, agravando a dermatite atópica.
Por isso, é muito importante que os doentes tenham tempo para relaxar e descansar - férias em zonas com um clima quente e seco podem ser também benéficas.
O balanço emocional é também muito importante para gerir a doença e em alguns casos, é necessário procurar tratamento para diminuir a ansiedade e a depressão.
Uma vez que as manifestações dos sintomas de depressão nas crianças são diferentes em relação às dos adultos, torna-se mais difícil o diagnóstico em crianças. As manifestações clínicas da depressão em crianças variam de acordo com a idade e o desenvolvimento emocional e cognitivo da criança. Como consequência, não há nenhuma idade específica para o aparecimento de depressão, podendo afetar crianças e adultos em qualquer momento.
A ansiedade é um sinal de sofrimento que pode ter um grande impacto na vida da criança, diminuindo o seu rendimento escolar e afetando as suas relações sociais com amigos e familiares. Além disso, as crianças que sofrem de ansiedade têm maior probabilidade de se tornarem adultos com ansiedade. Em adultos, a ansiedade pode afetar a produtividade profissional e as relações interpessoais, limitando a sua vida.
As sessões de psicoterapia podem atenuar a perceção negativa que os doentes têm deles próprios, bem como comportamentos ligados à área cognitiva (baixa auto-estima, perfecionismo, impulsividade, ansiedade social). Estes sintomas são frequentes em doentes que sofrem de dermatite atópica. Na última fase da psicoterapia, cabe ao psicólogo preparar um plano para o doente possa gerir as suas eventuais recaídas emocionais.
Carmen Hotar Grigorescu – Psicóloga clínica
