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Exposição solar

Como podes aproveitar o sol sem colocar a tua pele em risco?

Tempo de leitura : 6 min

Toda a gente adora o sol… melhora o humor, dá energia e permite ao corpo sintetizar vitamina D, essencial para absorver cálcio. Também estimula a produção de melatonina, a chamada hormona do bem-estar.

 

Estes são os benefícios, mas o outro lado da moeda é menos positivo: a exposição à radiação solar pode ter vários efeitos nocivos para a pele e para a saúde de forma geral. Uma atitude responsável implica usares uma proteção solar eficaz, adequada à intensidade da radiação e ao teu tipo de pele. A pele das crianças precisa de uma proteção específica, tal como a pele fragilizada ou com feridas, cujas marcas podem ficar mais pigmentadas ao sol.

Como funciona a radiação solar?

 

O sol emite inúmeros tipos de radiação com diferentes comprimentos de onda, dos mais curtos aos mais longos. Entre estes encontram-se raios cósmicos, raios gama, raios X, radiação ultravioleta (UV) — incluindo UVC, UVB e UVA —, luz visível, radiação infravermelha (IR) e ondas de rádio.

 

A parte mais perigosa da radiação solar é filtrada pela atmosfera. Cerca de dois terços chegam à Terra. Raios cósmicos, gama, X e UVC, incompatíveis com a vida, não chegam à superfície. Os raios que realmente nos atingem (UVB, UVA, luz visível e infravermelhos) têm impacto direto no corpo. Os infravermelhos transmitem calor; aquecem a pele, ao contrário dos UVB e UVA, que são invisíveis e não aquecem, mas têm efeitos biológicos significativos.

 

 

Porque a proteção solar é necessária?

 

A radiação solar pode causar danos na pele que vão desde eritema solar (queimaduras solares) ao envelhecimento prematuro da pele e ao cancro cutâneo. A exposição excessiva ao sol é a principal causa de cancro da pele, a consequência mais grave. Mas existem outros riscos a considerar, como desidratação extrema, insolação, fotossensibilidade, oftalmia e alergia ao sol.

 

  • A epiderme interrompe 85% dos raios UVB; aproximadamente 15% chegam à derme.

 

A quantidade de UVB varia consoante a estação, a latitude, a hora do dia e a altitude. Estes raios são responsáveis pelo bronzeado e pelas queimaduras solares — o sinal de alarme natural da pele, a indicar que está a receber radiação UVB em excesso. A longo prazo, têm potencial cancerígeno.

 

  • Os raios UVA penetram profundamente na pele; quase 50% alcançam a derme.

 

O sol liberta estes raios durante todo o ano e eles atravessam nuvens e vidros. São responsáveis pelo fotoenvelhecimento e pela formação de radicais livres, moléculas que atacam estruturas celulares e o ADN. Também têm efeito cancerígeno, embora menos do que os UVB.

 

 

A radiação UV varia consoante o ambiente

 

Diferentes superfícies refletem diferentes quantidades de UV:

  • A neve reflete cerca de 80% dos raios UV
  • A areia cerca de 15%
  • A água aproximadamente 25%

 

Mesmo a 40 cm de profundidade, a exposição aos UV ainda é cerca de 40% da exposição à superfície.

 

Os UVA e UVB contribuem para o cancro da pele porque enfraquecem as defesas imunológicas, desencadeiam stress oxidativo intenso e provocam danos no ADN que podem originar células cancerígenas.

mulheres de várias etnias

O impacto varia consoante o tipo de pele?

 

Nem todos os tipos de pele reagem da mesma forma à radiação solar, pois cada pessoa tem a sua própria fotossensibilidade, determinada pelo seu fototipo. O fototipo é a forma como a tua pele responde à ação dos raios solares. Existem seis fototipos, definidos com base no tom de pele, cor do cabelo, presença de efélides (sardas) e tendência para queimaduras ou bronzeado.

  1. Fototipo I: pele muito clara (frequentemente ruiva), queima sempre, nunca bronzeia, muitas sardas.

  2. Fototipo II: pele clara, queima sempre, pode ficar ligeiramente bronzeada, várias sardas.

  3. Fototipo III: pele clara a morena, queima ocasionalmente, bronzeia sempre (claro a médio), pode ter algumas sardas.

  4. Fototipo IV: pele morena, raramente queima, bronzeia sempre (escuro), sem sardas.

  5. Fototipo V: pele morena, nunca queima, bronzeia sempre (muito escuro), sem sardas.

  6. Fototipo VI: pele negra, nunca queima, sem sardas.

 

Quanto mais claro for o teu fototipo (especialmente I, II e III), mais importante é utilizares alta proteção solar.

Sabes quais sãos as necessidades da tua pele?

Como funciona o bronzeado?

 

O bronzeado é principalmente provocado pelos raios UVB do sol “natural”. É uma forma da pele se adaptar e proteger, mas não é uma proteção total. Estar bronzeado pode oferecer alguma defesa contra queimaduras solares, mas não deve levar-te a expor-te em excesso, pois isso aumenta o risco de efeitos a longo prazo, como o cancro de pele.

 

A exposição ao sol ativa os melanócitos, que produzem melanina para proteger a pele. Esta melanina migra para a superfície da pele. Ao mesmo tempo, a pele engrossa, através do aumento da espessura da camada córnea, oferecendo proteção adicional juntamente com a pigmentação.

 

Os raios UVA provocam uma pigmentação imediata, que dura apenas algumas horas. Não é um bronzeado verdadeiro, mas sim uma oxidação visível logo após a exposição. Já os raios UVB são os únicos responsáveis pelo bronzeado real: este começa a desenvolver-se 2 a 3 dias após a exposição e atinge o seu máximo cerca de três semanas depois.

Diagrama UVA UVB da pele e do sol

Como funcionam os cremes solares?

 

Os produtos de fotoproteção são concebidos para filtrar os raios UVB e UVA, mantendo um equilíbrio adequado entre ambos. O seu poder de filtragem é indicado pelo FPS (Fator de Proteção Solar), que deves escolher consoante o teu fototipo e a intensidade da radiação solar, que varia com o local (praia, montanha, etc.).

  • FPS 6 = baixa proteção

  • FPS 15 = proteção moderada

  • FPS 30 = alta proteção

  • FPS 50+ = proteção muito alta

 

Escolhe um produto cuja textura gostes, pois isso incentiva-te a aplicá-lo com regularidade. Deves reaplicá-lo a cada duas horas para garantir eficácia. Algumas fórmulas são ainda resistentes à água ou ajudam a acelerar o bronzeado, reduzindo o tempo de exposição.

Que efeito tem o sol no envelhecimento?

 

Segundo especialistas*, 80% do envelhecimento facial é causado pela exposição solar! Este envelhecimento associado ao sol é chamado fotoenvelhecimento.

 

Os sinais incluem rugas profundas, manchas de pigmentação e telangiectasias (dilatação visível de pequenos vasos sanguíneos abaixo da pele). Este tipo de envelhecimento acelerado afeta áreas frequentemente expostas, como rosto, costas, mãos, antebraços e decote. Os raios UVB e UVA alteram profundamente as células da pele, destroem o colagénio e a elastina e podem contribuir para o desenvolvimento de tumores cancerígenos.

 

Existem muitas razões para adotar hábitos de bom senso em relação ao sol e proteger sempre a pele durante a exposição.

 

* Gilchrest BA et al., Efeito do envelhecimento cronológico e fotoenvelhecimento: uma visão geral, J Am Acad Dermatol, 1989; 21(3 Pt 2): 610-3

 

 

O que devo fazer? 

 

  • Evita a exposição quando os raios solares são mais intensos. Quanto mais alto o sol estiver no céu, mais fortes são os raios UV. No verão, na Europa Ocidental, este período vai das 11h às 16h.

  • Não te exponhas mais tempo ao sol apenas porque aplicaste proteção solar com alto fator. O objetivo destes produtos é reduzir os riscos, não aumentar o tempo de exposição.

  • Evita passar o dia todo na praia.

  • Usa óculos de sol com proteção UV total, chapéu de abas largas e roupas largas e compridas, se possível (camiseta de manga comprida e calças ou bermudas compridas). Roupas, especialmente escuras, são uma das melhores formas de proteção.

  • Se estiver calor, protege as crianças da insolação e das queimaduras solares. Assegura-te de que bebam água com frequência.

  • Não confies apenas na sensação de calor. Os raios infravermelhos provocam calor, mas os UV podem causar queimaduras sem que sintas (por exemplo, num barco ou num dia nublado de verão).

  • Nas montanhas, o sol é mais agressivo mesmo com temperaturas baixas, pois a radiação UV aumenta com a altitude (cerca de 4% a cada 300 metros). O brilho da neve aumenta ainda mais a radiação ultravioleta (a neve pode refletir 80% dos raios UV).

  • O vento e a água podem reduzir a sensação de calor, mas não bloqueiam os raios UV.

  • Um céu nublado não significa menos risco: muitos raios UV passam através das nuvens, mesmo que o dia esteja mais frio ou escuro.

  • Prefere a sombra, mas lembra-te que ela não protege totalmente. A sombra protege contra radiação solar direta, mas não contra radiação refletida:

    • Grama reflete 3% dos UV

    • Areia 5–25%

    • Neve 30–80%

    • Água 5–90%

  • Nunca te exponhas ao sol após aplicar fragrâncias ou tomar certos medicamentos sem consultar o médico ou farmacêutico.