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Pele fragilizada e irritada

Golpes, arranhões, cicatrizes… bons hábitos para acelerar a reparação

Tempo de leitura : 5 min

Feridas diferentes precisam de tratamentos distintos para promover a cicatrização. Arranhões, queimaduras, pequenos procedimentos, peelings, tratamentos a laser e outros podem causar desconforto, dor ou vontade de coçar. Em todos estes casos, a qualidade da reparação da pele influencia diretamente o tempo de duração das cicatrizes.

Closeup de cicatriz na pele

Como funciona o mecanismo de cicatrização da pele?

 

A pele isola e protege o corpo do ambiente externo. Quando sofre uma ferida, o corpo ativa automaticamente um fenómeno biológico natural: a cicatrização.

 

Trata-se de um processo reparador complexo, durante o qual o corpo precisa de parar o sangramento, proteger, limpar e fechar a ferida. O tecido lesionado deve ser reconstruído para se aproximar o mais possível do tecido original.

3 estágios de cicatrização

 

Primeiro, forma-se um coágulo de sangue para estancar o sangramento.

 

Rapidamente, o corpo prepara-se para combater infeções e defender-se contra microrganismos e corpos estranhos. Os tecidos danificados são eliminados por células especiais que os absorvem. Os capilares sanguíneos tornam-se mais permeáveis, permitindo o movimento do plasma sanguíneo e das células imunes (como anticorpos) para a área lesionada.

 

Os pequenos vasos sanguíneos danificados durante o trauma vão reconstruir-se gradualmente. O corpo preenche a substância perdida com novo tecido, sintetizando fibras de colagénio através dos fibroblastos. Forma-se um epitélio na camada superior da pele. Ao mesmo tempo, a ferida encolhe, permitindo que as bordas se aproximem até fechar completamente. Numerosas células e moléculas são ativadas. Esta fase é importante para prevenir danos estéticos, lembrando que a cicatrização varia entre pessoas. Quanto mais escura for a pele e mais jovem a pessoa, maior o risco de cicatrizes visíveis. A cicatrização também é menos eficaz em certas áreas, como peito, esterno, costas e articulações.

 

Durante esta fase, as fibras de colagénio e elastina tornam-se mais densas, estruturando a pele. A rede vascular prepara-se para regressar ao estado normal.

 

Como resultado, a resistência e elasticidade da pele aumentam, tornando-a mais firme. A área cicatrizada permanece frágil durante cerca de dois anos, enquanto a pele retorna ao seu equilíbrio inicial.

 

Quais são os diferentes tipos de lesões?

 

As lesões podem ser classificadas segundo as suas características biológicas e clínicas, nomeadamente em relação ao nível de hidratação/nutrição necessário e à oclusão que requerem. Existem três classes de lesões:

 

1. Lesões acompanhadas de exsudação
São lesões sujeitas a maceração que necessitam de ser secas com um produto não oclusivo, permitindo que o ar atinja a ferida:

  • Assaduras

  • Maceração das dobras cutâneas

  • Varicela com lesões exsudativas

  • Bolhas

 

2. Lesões sem exsudação (superficiais a moderadas)
Necessitam de hidratação com um produto semi-oclusivo que permita à pele respirar:

  • Após um procedimento cirúrgico (por exemplo, suturas)

  • Cortes, arranhões e outras lesões do dia a dia, após a ferida secar

  • Varicela na fase de cicatrização

  • Após um procedimento cosmético (peeling, tratamento a laser, depilação permanente, tatuagem ou remoção de tatuagens)

  • Eritema da fralda sem exsudação

  • Terapia de radiação

 

3. Lesões sem exsudação (moderadas a graves)
Requerem nutrição de reposição lipídica com um produto oclusivo que forme uma barreira:

  • Gretas, descamação, pulpite

  • Queimaduras

  • Escoriações

  • Tratamentos abrasivos a laser

Quais são os fatores que fazem parte do processo de cicatrização?

 

Antes de mais, é essencial considerar a localização da cicatriz. Algumas áreas do corpo cicatrizam de forma diferente:

  • Feridas nas costas ou no peito têm maior risco de as bordas se separarem, aumentando a probabilidade de cicatrizes hipertróficas ou quelóides

  • Feridas nos joelhos ou tornozelos demoram mais a cicatrizar e exigem monitorização cuidadosa e cuidados regulares

 

A genética também desempenha um papel importante. Deve sempre ter como referência cicatrizes passadas para avaliar riscos de cicatrização inadequada. Lembra-te de que o processo de cicatrização não termina quando a ferida fecha; é um processo de meses que varia entre indivíduos.

 

 

 

Como posso promover uma cicatrização adequada?

 

Depois de a cicatriz fechar, é necessário ter alguns cuidados durante vários meses:

  • Evita exercer pressão excessiva sobre a cicatriz (por exemplo, não carregar objetos pesados se a cicatriz estiver nas costas), pois isso aumenta o risco de desunião das bordas

  • Permite que a cicatriz evolua naturalmente, mas alguns produtos podem reduzir crostas, comichão e dor, melhorando a qualidade da cicatrização

  • Aplica regularmente um produto de fotoproteção com elevado fator de proteção. A pele danificada exposta aos raios UV tem maior risco de hiperpigmentação pós-cicatriz. A proteção solar não é importante apenas no verão; os raios UV atingem a pele durante todo o ano, mesmo através de nuvens, janelas e pára-brisas. O risco de hiperpigmentação pode durar seis meses e prolongar-se até dois anos. Só um médico pode avaliar quando o risco diminuiu.

     

Pessoa a aplicar creme em uma cicatriz no ombro

Quais são os sinais de uma cicatrização inadequada?

 

Algumas pessoas apresentam cicatrização mais difícil.

  • Uma cicatriz hipertrófica é ativa, incha entre seis semanas e três meses após o procedimento e fica vermelha. Pode evoluir lentamente para um quelóide

  • Existem também casos em que a cicatrização é anormal, com fluxos celulares e vasculares a desenvolverem-se junto ao coágulo

Em todos os casos, a cicatriz deve ser monitorizada até três meses após o procedimento e deves consultar um profissional de saúde se notar inchaço ou vermelhidão.

O que deves fazer?

 

Um dermatologista é o melhor recurso para identificar distúrbios de pele, descobrir a causa dos teus problemas e desenvolver um tratamento adaptado. Consulta o teu dermatologista, médico ou farmacêutico para que possam aconselhar-te sobre o regime mais adequado para a tua pele.

 

 

Protege a área danificada de acordo com as instruções do teu médico. Se for uma lesão menor e não consultaste um médico, começa por desinfetar a ferida e escolhe um produto de tratamento adequado ao tipo de lesão. Fala com o teu farmacêutico se tiveres alguma dúvida.

 

Se a área danificada estiver exposta à luz do dia, protege-a dos raios UV com um produto de fotoproteção até que a pele esteja completamente reparada, para evitar hiperpigmentação que possa deixar uma marca permanente.

 

É importante limpar e desinfetar as feridas antes de aplicar um produto de tratamento.

 

Os três principais tipos de lesões descritos anteriormente necessitam de tratamentos diferentes para criar um ambiente que promova a reparação da pele e satisfaça as suas necessidades específicas: secagem, hidratação ou nutrição. Escolhe tratamentos reparadores que contenham substâncias ativas calmantes para reduzir o desconforto e a comichão frequentes durante a fase de reparação. Também é necessário que incluam substâncias ativas antibacterianas para impedir a proliferação de bactérias.

 

Todos estes produtos foram desenvolvidos para aplicação em lesões menores ou após a conclusão do tratamento prescrito pelo teu médico. Ajudarão a otimizar o processo de reparação.