Quais são as causas da atopia?
Extremamente seca, a pele torna-se mais permeável e deixa de desempenhar o seu papel de barreira contra as agressões externas e os alérgenos. Mas nem toda a pele seca se torna atópica.
A atopia desenvolve-se quando existe predisposição genética.
Estudos anteriores demonstraram que se um dos pais tiver pele atópica, a probabilidade de a criança ter a mesma condição de pele é de 30%**. Se ambos os pais forem afetados, a probabilidade é de 70%**.
Além do fator genético, a pele atópica está também relacionada com o exacerbar do sistema imunológico, que reage de forma exagerada, criando inflamação.
A epiderme torna-se permeável e deixa penetrar os alérgenos (ácaros, pelos de animais, pólen, etc.) e certas bactérias (staphylococcus aureus), que desencadeiam reações inflamatórias.
Alguns alérgenos alimentares (leite de vaca, ovos, etc.) estão igualmente envolvidos, no plano digestivo, no desencadeamento de certas crises de eczema. Outros fatores, como produtos químicos aplicados na pele, o calor ou a transpiração, são fontes de irritação na origem desses surtos.
No entanto, na grande maioria dos casos, as crianças atópicas não têm alergias alimentares. As alergias alimentares manifestam-se sob a forma de sintomas digestivos e de uma “quebra” nas curvas do peso e da altura.
**Dermatite atopique. SA Büchner. Swiss Medical Forum No. 19, May 2001
Evolução da Dermatite Atópica
Fase 1
A dermatite atópica manifesta-se geralmente entre o 2.º e o 3.º mês de vida, quando aparecem manchas vermelhas localizadas nas faces e nas mãos, e mais tarde nas zonas de flexão dos cotovelos e dos joelhos. A doença evolui através de crises durante 1 ou 2 anos.
A pele mantém-se permanentemente seca, o que provoca prurido, causando insónias e uma diminuição da qualidade de vida.
Fase 2
Após vários anos, algumas crianças podem desenvolver outras manifestações de atopia, como rinite alérgica e/ou asma alérgica. Trata-se da “marcha atópica”, frequentemente ligada ao coçar em excesso e à grande colonização do staphylococcus aureus na pele.
Em consequência, para impedir que apareça e se agrave, a comunidade científica recomenda atualmente o tratamento precoce, de modo a controlar o aparecimento da pele atópica desde o nascimento, em recém-nascidos que ainda não apresentam sinais da doença, mas que têm forte predisposição genética (pais atópicos, irmãos atópicos).